As movimentações recentes no programa Casa Verde e Amarela estão dando um aguardado fôlego ao mercado de construção de imóveis populares. Depois das mudanças na faixa de renda e redução dos juros, mais novidades estão engatilhadas. São duas as principais mudanças no texto da Medida Provisória 1107/22, que já foi aprovada pelo Senado e depende de sanção presidencial.
O prazo máximo de financiamento pode ser ampliado de 30 para 35 anos, enquanto os depósitos do FGTS feitos pelos empregadores podem passar a ser usados como garantia nas prestações de financiamento de imóveis.
Novidades que foram muito bem recebidas pelo mercado. As ações de construtoras como Cury, Direcional e Tenda chegaram a registrar alta de até 50% depois das mudanças aprovadas pelo Conselho do FGTS. Alavancada pelo Minha Casa Minha Vida, antecessor do CVA, a MRV já declarou otimismo para o segundo semestre, já prevendo também o repasse do aumento nos custos para o consumidor final.
A fase vinha sendo desafiadora até demais. Desde o início do ano passado, o segmento de imóveis econômicos passa por momento complicado. Enquanto os juros e o preço dos materiais de construção subiram, caiu o poder de compra da população. Antigo ícone do setor, a MRV registrou no segundo trimestre o menor número histórico de imóveis econômicos negociados.
Na visão de analistas do Credit Suisse, o ganho médio das construtoras com as mudanças no programa habitacional pode chegar a 6,3 pontos percentuais. O banco estimou uma elevação nos preços em 7% cada, para MRV e Direcional, e em 13% para a Tenda. Isso se traduziria em uma margem bruta de 29%, 39% e 25%, respectivamente.